6 de out. de 2011

A Importância dos Idosos






"As Secretarias de Estado da Educação e do Desenvolvimento Social fecharam uma parceria para que todos os alunos dos ensinos fundamental e médio recebam informações e aprendizado sobre a chamada Terceira-Idade. Ainda este ano, os professores da rede pública estadual serão capacitados para tratar desse assunto com os alunos. O objetivo é que os alunos aprendam a valorizar a Terceira-Idade e saibam sobre a importância dos idosos para a sociedade". Cabe um esclarecimento: idoso é sinônimo de aposentado. E aí, a primeira pergunta que se deve fazer é a seguinte: governo é sociedade? Se for, já surge aqui uma primeira contradição. Ninguém se importa menos com os idosos e os aposentados do que o próprio governo. Está aí um governo que, por suas ações, ou melhor, omissões, prova que não respeita os aposentados. Apesar disso, e disso conscientes, e por estarmos sempre dispostos a ajudar, a colaborar (essa eterna mania de educador!!), gostaríamos de sugerir um conteúdo programático para esse treinamento. Sugerimos que se exija de todos os professores a leitura das obras de Jonathan Swift, escritor inglês do século 17, autor de "As Viagens de Gulliver". Dessas obras, em especial o texto em que ele descreve a solução fantástica que os habitantes de uma ilha imaginária descobriram para acabar com a pobreza: matar os pobres. Algo semelhante ao que se faz com os idosos e os aposentados no Brasil, só que aqui a coisa é mais sutil, mais disfarçada. Tratar o idoso e o aposentado, daquela forma, seria cruel, sem dúvida, mas também mais sincero e menos demagógico. Hoje, na verdade, parece que a maneira mais segura de melhorar a aposentadoria é morrer mais cedo.

O governo fala da importância dos idosos para a sociedade, ao mesmo tempo em que os exclui dos reajustes salariais e dos benefícios das reestruturações de carreiras, o que concorre para o seu crescente e contínuo empobrecimento. No magistério, os aposentados foram excluídos do reajuste salarial, do bônus e de todas as gratificações: por atividade de magistério, por trabalho educacional, de função e de representação. Em resumo, nega-se aos aposentados o direito a uma vida com um mínimo de qualidade. O governo que enfatiza a importância da discussão das questões sobre o envelhecimento, é o mesmo que oferece aos aposentados um péssimo serviço de saúde, obrigando-os a correr para os caríssimos e proibitivos planos de saúde privada. O governo que ressalta a importância da valorização da Terceira-Idade é o mesmo que faz o possível e o impossível para impedir ou adiar a aposentadoria dos educadores. É preciso que esse governo seja lembrado de algumas premissas básicas. Os aposentados não querem apenas reconhecimento; eles exigem respeito aos seus direitos. Os aposentados não querem ser valorizados em cursos e treinamentos; eles exigem respeito no seu dia-a-dia. Os aposentados não querem privilégios; eles exigem respeito à sua dignidade.
Enquanto essas premissas não se concretizarem, os idosos e os aposentados agradecem, mas dispensam aulas e palestras sobre a sua importância, assim como as parcerias para capacitação sobre a Terceira-Idade. Porque, nesse contexto, sabem eles que tudo isso é mera demagogia. Os aposentados sabem muito bem que, na verdade, eles não são importantes para o governo, nem são respeitados por ele. Essa perfumaria que o governo agora alardeia-uma parceria para tratar da importância do idoso- não passa de demagogia barata. Todos os recursos que serão desperdiçados com esses treinamentos, aulas e materiais deveriam ser convertidos em proventos, gratificações e bônus para os aposentados. Teriam melhor destino e uso. E, como um exemplo vale mais que mil palavras, com essa atitude o governo estaria mostrando respeito aos idosos, aos aposentados, reconhecendo e valorizando a sua importância social.

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Não é o dinheiro, estúpido


Não paute sua vida pelo dinheiro: seja fascinado pelo realizar e o dinheiro virá como consequência

SOU, COM FREQUÊNCIA, chamado a fazer palestras para turmas de formandos. Orgulha-me poder orientar jovens em seus primeiros passos profissionais.

Há uma palestra que alguns podem conhecer já pela web, mas queria compartilhar seus fundamentos com os leitores da coluna.

Sempre digo que a atitude quente é muito mais importante do que o conhecimento frio.

Acumular conhecimento é nobre e necessário, mas sem atitude, sem personalidade, você, no fundo, não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos numa planta industrial do século passado.

É preciso, antes de tudo, se envolver com o trabalho, amar o seu ofício com todo o coração.

Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma.

A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar têm trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.

Era muito difícil viver numa nação onde a maioria morria de fome e a minoria morria de medo. Hoje o país oferece oportunidades a todos.

A estabilidade econômica e a democracia mostraram o óbvio: que ricos e pobres vão enriquecer juntos no Brasil. A inclusão é nosso único caminho. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodiceia.

É preferível o erro à omissão; o fracasso ao tédio; o escândalo ao vazio. Porque já li livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso (ou narra e fica muito chato!).

Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tenho consciência de que cada homem foi feito para fazer história.

Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não dê férias para os seus pés.

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!".

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, apenas se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados, de empresários de mesa de bar, de pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e todo domingo, mas que na segunda-feira não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

Só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso".

Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.

Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era baiano, virei também carioca, paulista, nova-iorquino, global.

Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo?


NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC

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