1 de out. de 2011

Dia Internacional do Idoso


Hoje comemora-se o Dia Internacional do Idoso. No Brasil, nas últimas décadas, o número de idosos vem aumentando consideravelmente, mas não têm surgido, na mesma medida, programas que garantam a ele uma condição de vida digna, sem muitos sobressaltos.

O primeiro obstáculo surge na rua. Carros em alta velocidade, motoristas que não respeitam a faixa de pedestres, ladrões que o têm como alvo preferencial, calçadas quebradas e ruas esburacadas. O segundo obstáculo aparece quando ele precisa de um atendimento de urgência em um pronto-atendimento. Costuma demorar para ser examinado e medicado, o que pode lhe custar a própria vida. O terceiro empecilho está relacionado ao que recebe de aposentadoria, quase sempre abaixo de suas necessidades porque, além de comprar comida e remédio, às vezes tem que ajudar a sustentar os filhos e os netos, que não têm o costume de recompensar essa atitude com o reconhecimento devido.

Apesar de tudo, o idoso conquista cada vez mais espaço. Prova que, independente da idade, é capaz de desenvolver uma série de atividades, inclusive adaptando-se aos avanços tecnológicos, utilizando celular, notebook, disposto a avançar sempre.

Cada vez mais a sociedade precisa despertar para a necessidade de tratar o idoso como alguém que merece consideração. Os jovens de hoje serão os idosos de amanhã, por mais que eles neguem essa realidade e façam de conta que nunca envelhecerão. Devem eles, desde já, procurar entender os problemas que rodeiam parcela significativa da população, buscando soluções para que ela viva melhor, garantindo uma boa vida para eles mesmos daqui a algumas décadas.

Em vários países, idosos são convidados a visitar as escolas e contar as suas experiências, estabelecendo uma ponte entre gerações que poderá formar indivíduos mais humanos e com uma visão de mundo menos egoísta e mais solidária.

O grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer continua aos 103 anos desenhando projetos arquitetônicos, o cineasta português Manoel de Oliveira, também aos 103 anos, está dirigindo um novo filme.

Se os idosos forem mais estimulados, tratados com deferência e carinho, continuarão produzindo e a nos relatar fatos vivenciados por eles que ampliam os nossos referenciais.

O tempo é a soma de todas as épocas. Para avançar rumo ao futuro, é necessário reconhecer a contribuição das gerações, tradições, da memória, do passado. Negar o que existiu antes de nós é sufocar o nosso conhecimento e restringir a nossa visão a um corredor estreito que só nos oprime.

No Dia Internacional do Idoso, podemos refletir sobre a vida, a passagem do tempo e como podemos contribuir para que em todas as idades as pessoas sejam tratadas com respeito. Sem isso, nos tornamos robôs enfeitiçados pelo lucro e pela frieza, que só nos prejudica.

por Jaime Leitão

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Não é o dinheiro, estúpido


Não paute sua vida pelo dinheiro: seja fascinado pelo realizar e o dinheiro virá como consequência

SOU, COM FREQUÊNCIA, chamado a fazer palestras para turmas de formandos. Orgulha-me poder orientar jovens em seus primeiros passos profissionais.

Há uma palestra que alguns podem conhecer já pela web, mas queria compartilhar seus fundamentos com os leitores da coluna.

Sempre digo que a atitude quente é muito mais importante do que o conhecimento frio.

Acumular conhecimento é nobre e necessário, mas sem atitude, sem personalidade, você, no fundo, não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos numa planta industrial do século passado.

É preciso, antes de tudo, se envolver com o trabalho, amar o seu ofício com todo o coração.

Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma.

A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar têm trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.

Era muito difícil viver numa nação onde a maioria morria de fome e a minoria morria de medo. Hoje o país oferece oportunidades a todos.

A estabilidade econômica e a democracia mostraram o óbvio: que ricos e pobres vão enriquecer juntos no Brasil. A inclusão é nosso único caminho. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodiceia.

É preferível o erro à omissão; o fracasso ao tédio; o escândalo ao vazio. Porque já li livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso (ou narra e fica muito chato!).

Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tenho consciência de que cada homem foi feito para fazer história.

Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não dê férias para os seus pés.

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!".

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, apenas se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados, de empresários de mesa de bar, de pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e todo domingo, mas que na segunda-feira não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

Só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso".

Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.

Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era baiano, virei também carioca, paulista, nova-iorquino, global.

Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo?


NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC

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