21 de jun. de 2011


Sustentabilidade Social começa em casa

Formação de futuros cidadãos começa nos lares de hoje.


Sustentabilidade Social começa em casa
O conceito de sustentabilidade vem ao longo do tempo sendo ampliado, conforme a própria evolução da humanidade. Até chegarmos ao conceito mais utilizado atualmente que trata da solidariedade intergerações, de tal modo que o bem estar das gerações atuais não pode comprometer as oportunidades e necessidades das gerações futuras, passamos por várias etapas. Inicialmente o conceito de sustentabilidade relacionava-se quase que exclusivamente às questões ambientais, não sendo levadas em consideração as dimensões econômicas e sociais. Desta forma que esta chamada era quase como um grito de guerra das organizações não governamentais voltadas para as questões ambientais. Estava distante da lógica dos negócios.

Sérgio Buarque em 1994, também conceituou o desenvolvimento sustentável como o "Compromisso com o futuro e a solidariedade entre gerações". Resumidamente o autor nos chama para o cuidado, com o outro, com a terra, com a vida. Isto nos faz pensar que a sustentabilidade social começa em casa. Provocador o tema, mas extremamente educativo. Hoje, vivenciamos um cenário onde as empresas privadas estão incorporando às suas estratégias de gestão critérios ambientais para todas as etapas do processo produtivo e ainda levando em consideração as dimensões sociais como critérios para a seleção e monitoramento de seus bens e serviços e o compromisso formal com a valorização da diversidade.

A dimensão econômica também está sendo impactada por este conceito onde existem metodologias que avaliam o impacto da incorporação de aspectos socioambientais nos resultados financeiros da empresa e também sistemas de gestão de riscos, quantificando muitas vezes o percentual do mesmo na reputação da empresa, na liquidez, no crédito etc.

A evolução tem sido constante e o Brasil, até o final de 2009 possuía 97 empresas certificadas pela SA8000, referente a boas condições de trabalho. É o quarto país no mundo em empresas com a certificação, atrás de Itália, Índia e China. Em relação a créditos de carbono, 226 projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)estão em andamento no país, que é o terceiro no mundo em número de projetos, atrás da China e Índia.

Os números também tem sido tentadores em relação às empresas signatárias do Pacto Global (417 no total) o que coloca o nosso país na quarta posição, seguido da França, Espanha e México. Levando em consideração que preservar a vida é um ato de caráter maternal, não temos como não considerar que esta ação deve-se iniciar nos lares, nas famílias, de onde sairão os futuros gestores das organizações privadas, não governamentais, governamentais, cidadãos adultos responsáveis pelas futuras gerações.


* Izabel Portela é jornalista, professora e atual diretora-presidente do Instituto IRIS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não é o dinheiro, estúpido


Não paute sua vida pelo dinheiro: seja fascinado pelo realizar e o dinheiro virá como consequência

SOU, COM FREQUÊNCIA, chamado a fazer palestras para turmas de formandos. Orgulha-me poder orientar jovens em seus primeiros passos profissionais.

Há uma palestra que alguns podem conhecer já pela web, mas queria compartilhar seus fundamentos com os leitores da coluna.

Sempre digo que a atitude quente é muito mais importante do que o conhecimento frio.

Acumular conhecimento é nobre e necessário, mas sem atitude, sem personalidade, você, no fundo, não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos numa planta industrial do século passado.

É preciso, antes de tudo, se envolver com o trabalho, amar o seu ofício com todo o coração.

Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma.

A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar têm trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.

Era muito difícil viver numa nação onde a maioria morria de fome e a minoria morria de medo. Hoje o país oferece oportunidades a todos.

A estabilidade econômica e a democracia mostraram o óbvio: que ricos e pobres vão enriquecer juntos no Brasil. A inclusão é nosso único caminho. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodiceia.

É preferível o erro à omissão; o fracasso ao tédio; o escândalo ao vazio. Porque já li livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso (ou narra e fica muito chato!).

Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tenho consciência de que cada homem foi feito para fazer história.

Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não dê férias para os seus pés.

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!".

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, apenas se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados, de empresários de mesa de bar, de pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e todo domingo, mas que na segunda-feira não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

Só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso".

Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.

Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era baiano, virei também carioca, paulista, nova-iorquino, global.

Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo?


NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC

Cursos e Palestras ( RECICLAGEM )

Cursos e Palestras ( RECICLAGEM )
Informações e reservas